domingo, 30 de janeiro de 2011

Terror Háza*

* Casa do Terror

"The past must be acknowledged..." (Attila József)
("O passado deve ser conhecido...")

Fachada da Terror Háza


Depois de uma semana bem intensa de trabalho, aproveitei que o sol começou a derreter o gelo das ruas e tirei o sábado para descansar e conhecer mais um pedaço da cidade. Fui à Terror Háza, agora um museu, mas que antigamente funcionava como os antigos escritórios da polícia política. 
Muita gente sabe que eu gosto muito de História, principalmente a da I e da II Guerra Mundial. Assim, a minha visita a esse local foi um prato cheio pra ver de perto a que ponto o homem pode descer para dominar o outro. O prédio é, em si, um marco, um monumento, às vítimas do terror, e vale a pena ser visitado para que a gente nunca esqueça desse período de injustiça e barbárie.


Terror Háza - notem o efeito do sol. - foto retirada daqui

Na calçada em frente à Terror Háaza - olhando de baixo para cima...





Monumento em lembrança à "cortina de ferro" que se espalhou pela Europa - e depois pelo mundo todo. A pergunta "Devemos viver como escravos ou como homens livres?" está gravada ao lado. 






O prédio testemunhou dois momentos históricos terríveis no século XX. Primeiro, em 1944, durante a dominação do Arrow Cross Party (ou, simplesmente, Partido Socialista Húngaro), o local era o ponto central do Nazismo húngaro (embora fosse apenas uma variação do Nazismo alemão, as semelhanças são muitas entre ambos). Foi nesse período que o governo, sob a justificativa de formar uma raça pura, exterminou entre 10 e 15 mil pessoas, e mais de 80 mil foram deportadas para morrer no campo de concentração de Auschwitz, na Alemanha. No segundo momento, entre 1945 e 1956, o local foi casa de terror das organizações comunistas, ou o Departamento da Polícia Política, em que as autoridades reduziam as pessoas a simples coisas. Por isso, matavam sem hesitar, torturavam a fim de conseguir confissões, enviavam essas pessoas para a forca, para prisões, ou a campos de trabalho. 

Hall de entrada


Na entrada já há um impacto visual e auditivo. O marco logo no início e os sons lúgubres que tomam o ambiente dão uma impressão de "peso". Esse vai se transformando em angústia à medida que caminho pelo local. No centro do prédio há um tanque de combate e fotos de centenas de pessoas que foram mortas ali.


Tanque da época


Caminhando pelo porão, a sensação de ansiedade aumenta, porque há ali as celas onde as pessoas esperavam a morte, com fotos daqueles que ali ficavam. Há, também, várias referências às torturas: solitária, sala de interrogatório, salas de punição, forcas. Pertences das pessoas estão expostos em vários lugares, bem como suas fotos. Há vídeos com depoimentos, e é válido parar por alguns minutos e assisti-los. É aterrorizante pensar que todos esses eventos macabros tenham ocorrido ali.

Corredor com fotos das vítimas


Parede de uma das salas com a correspondência das vítimas. Essa entrada aí à esquerda dá para outras celas, já que as prisões se estendiam em formato de labirinto pelo subterrâneo da Andrássy Út.

Arma utilizada na época

Objetos da época

Detalhes do casaco

Adentrando as celas

Como as fotos da minha câmera não ficaram muito boas nessa parte, peguei emprestado as 4 próximas fotos desse blog.


Visão de dentro de uma das celas.

Uma das celas

Sala de interrogatório / tortura
Os andares superiores mostram um pouco da política Nazista e do comunismo através da exposição de objetos de guerra, fotos e muitos vídeos da época. Como não é permitido tirar fotos do local, extraí do Google algumas imagens para vocês terem uma ideia do que eu vi lá (cada imagem tem a referência embaixo, é só clicar para ir à fonte). 


Gulag - Clique para ver a fonte

No centro dessa sala há um manequim em pé com uma projeção do rosto de Ferenc Szalasi, líder do Arrow Cross Party húngaro. Ele foi o "Hitler húngaro", e seus homens executaram entre 10 e 15 mil judeus. Após a II Guerra, foi executado pelos Soviéticos pelos crimes de guerra - Clique para ver a fonte
Sala dos dossiês - Clique para ver a fonte
Clique para ver a fonte


Saí dali quando o sol estava querendo ir embora... 


Andrássy út 60


Aqui também tem um Moulain Rouge!

Batendo um papo cabeça com o carinha aí em cima

Coisas que a gente encontra assim, de repente, no meio da calçada...

Sunset!


Tarde impressionante... e inesquecível!

Um comentário:

  1. Putz... difícil acreditar que isso um dia aconteceu e que existam pessoas capazes de coisas tao horríveis!

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