Como comentei no post anterior, estou de casa nova, e a vinda para cá resultou em certo tumulto na semana. Estava morando bem no centro de Peste, onde as pessoas estão acostumadas com turistas e, logo, é bem mais fácil encontrar alguém que fale inglês. Só que agora estou em um local um pouco mais distante, e aqui no prédio os funcionários só falam húngaro!
Não posso dizer que a questão da língua é um problema enorme, porque sempre é possível, com muito esforço, se fazer entender. Só que isso é, definitivamente, super cansativo! A função começou ainda na terça-feira, quando chegou o momento de me mudar do studio para a students' house e precisei chamar um táxi. Liguei para o pessoal que alugou o studio e pedi para que eles fizessem isso por mim, já que certamente seria bem difícil sem ter a língua magyar na ponta da língua. Acontece que, em quase 30 minutos esperando na frente do prédio, ninguém apareceu! Já congelada, fui à venda da esquina, comprei uma água só como pretexto para pedir como se pronunciava o nome da rua (era "Wesselényi", lembram?). Depois disso, vi um táxi passando e anotei o número que estava impresso na porta e liguei. Toda concentrada na entonação do meu "Beszélsz angolul?", consegui ser atendida em inglês e, dessa forma, cheguei à pensão.
Falando em ligar, olhem "que graça" as mensagens de boas-vindas da companhia telefônica no meu celular:
| Oi??? |
Uma dica para quem vem passar um tempo na Europa é trazer o celular desbloqueado do Brasil. Daí, é só comprar um chip, bem baratinho, e sair falando por aí...
Já contei sobre o início da aventura e da sorte que tive em encontrar alguém que traduzisse o que eu dizia ainda na portaria do prédio. Também adorei que a menina que divide a sala de estudos comigo fala um pouco de inglês, pois estamos nos entendendo bem. Decidimos sair ontem para comprar coisinhas que não tínhamos na casa, já que, afinal, vamos morar por aqui por quase cinco meses, e precisávamos de coisas básicas como xícaras, panos de limpeza, varal...
No caminho...
| Vimos que até as caixas de correio são bonitinhas (e antigas) por aqui... |
![]() |
| Foco no modelito: me sentindo a garota-propaganda da Michelin :P |
| Descobrimos que moramos perto da estação ferrovária Keleti Palyaudvar! Oba! |
| Fachada da estação |
| Sempre há um detalhe para se prestar a atenção... |
Por sorte, conseguimos tudo o que queríamos em um só lugar, pois há uma rede de supermercados aqui que não segue o padrão húngaro de separar as coisas - até porque a rede em questão é inglesa (né, Raquel?)! Explico: em geral, aqui mercado é SÓ para comprar comida, farmácia é SÓ para medicamentos, para coisinhas de beauté que normalmente se encontram em farmácias no Brasil há uma loja especial... entendi isso depois de muito procurar as coisas nas gôndolas e ter que andar de loja em loja para conseguir o restante do que precisava.
Na hora de dividir as contas, muita confusão:
Para ler a notinha e saber o que havia sido gasto, precisamos apelar para o tradutor do Google! Olhem a cara da Reetta...
Também fizemos uma bela faxina nos nossos quartos e sala de estudos, já que a gente não sabia quando havia sido a última limpeza por aqui... só que, para saber como usar os produtos que havíamos comprado (escolhidos por relevância de figurinhas na embalagem, claro...), tivemos que apelar para o nosso amigo novamente:
![]() |
| É preciso muuuita paciência, gente! |
No dia seguinte, perambulamos pelo prédio e perguntamos a alguns estudantes que vivem aqui pela "mosókonyha" (lavanderia). Para conseguir comprar as moedas para usar a máquina de lavar, levei o sabão em pó para a recepção e, por mímica, tivemos acesso à lavanderia. Os cartazes "explicativos" na parede não nos ajudaram muito, mas, por dedução, tivemos sucesso na nossa missão - roupas limpinhas e cheirosas é o que há!
Além de tudo isso, a Reetta ainda não tem cartão magnético para ter acesso ao prédio, e toda vez que ela precisa sair é uma briga com os porteiros, pois eles não a entendem. Sugeri que ela traduzisse a explicação por meio do Google (de novo!), e ela conseguiu fazer melhor do isso:
| "Entendeu ou quer que eu desenhe?" |
Pelo menos, ela conseguiu fazer a mulher da recepção rir muito, e assim ganhou simpatia dela, que ficava enfurecida por ter que tentar se comunicar com a gente.
Apesar de tudo isso, vocês acham mesmo que a bagunça foi ruim? No final, acabei achando divertida essa confusão toda, pois pude observar as muitas reações provocadas por essa barreira linguística, e entendi que, com persistência e calma, se consegue tudo!
Para completar a semana, Raquel e Daniela me salvaram da Babel do meu prédio quando entraram em contato e combinamos um happy hour no Costa Café (ou "/kóxxta/ café") - adorei, meninas!



Oi querida!!!
ResponderExcluirTuas aventuras são dignas de uma espiã da KGB! Vamos combinar: visitar lugares longínquos, comprar produtos que mais parecem bombas, abordar comerciantes locais para extorquir informações e, o principal, decifrar códigos utilizando ferramentas pesadas!!!
Esse teu doc. não é só em linguística não... tu deve ter outros segredos ocultos sobre o propósito dessa viagem!!! hehehehe
Abração amiga e te cuida por aí!!!
Line....faz tempo que quero te escrever pra te dizer que estou achando o máximo o teu blog, a impressão que tenho é que estou aí contigo, vivendo e conhecendo um pouco dessa lugar tão peculiar. Agora já não consigo acompanhar com a mesma frequência de antes, mas é por uma ótima causa...o Pedro Antônio...sempre que ele deixar eu venho dar uma espiadinha....e te mando mais fotinhos....Bjão
ResponderExcluirJaque
Ah...esqueci de comentar....teu texto tá um primor...delicioso de ler...digno de ti...essa minha prima vai longe....
ResponderExcluirJaque