No último domingo, São Pedro enlouqueceu e resolveu nos brindar com um dia maravilhoso de sol e com uma temperatura de +12ºC. Inacreditável! Sábado já havia sido um dia lindo, mas fiquei o dia inteiro em casa tentando dar cabo de um texto que ando escrevendo para minha pesquisa (de fato, só consegui terminá-lo na última madrugada...). Só que não sair em um domingo lindo desses é até covardia! Por isso, chega de fotos acinzentadas! As de hoje estão cheias de cor!
Aliás, sr. Chico Buarque, Budapeste não é amarela, mas bege, ou, forçando, um amarelo beeem pálido. Cá para nós, talvez o personagem do livro ("Coxxta" José) estivesse tão imerso em paixão que só conseguia perceber e conceitualizar as coisas de uma maneira mais viva e brilhante. Além disso, a escolha do amarelo serviu para dar ênfase ao turbilhão de emoções que o personagem vivia, já que ele muito bem poderia ter visto Budapeste com suas cores neutras mesmo...
Certo, certo, eu não vou continuar, senão vou me empolgar e ficar divagando sobre minha pesquisa em conceitos de emoções, e não é o que vocês querem saber aqui, é? Mas, em outras palavras, trata-se do mesmo pressuposto para a história de que o Danúbio fica azul quando nos apaixonamos... só porque quem está nesse estado vê as coisas com cores muito mais vibrantes.
Havia combinado com a Daniela um almocinho em um restaurante espanhol perto da universidade, e chamei a Reetta para ir conosco. Como saímos com bastante antecedência de casa, atravessamos o parque que fica na frente do prédio, em Városliget, e nos encaminhamos para a Hősök Tere (Praça dos Heróis).
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| Cachorro perdido no parque... vontade de levar pra casa! |
No meio do verde nos deparamos com o Castelo Vajdahunyad, que, como eu li depois, foi uma tentativa de Ignác Alpár de mostrar a evolução da arquitetura húngara em um só edifício. Por isso, o prédio é uma mistura dos estilos renascentista, gótico, barroco e romântico. Mesmo com essa "salada", o lugar ficou lindíssimo, como vocês podem ver.
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| Castelo Vajdahunyad |
A Hősök Tere, que fica a alguns metros à frente, foi concebida para comemorar o milênio da nação húngara, em 1896, mas os monumentos só foram terminados em 1929. Tratam-se de estátuas de alegorias e dos heróis da pátria que estão abrigadas em colunatas. No alto da coluna central, está representado o Anjo Gabriel, que teria aparecido a Santo Estevão, ou Szent István - aquele da mão mumificada, lembram? -, e ao qual ofereceu a coroa do reino magiar. Na base da coluna, estão representados os sete chefes das tribos magiares que se instalaram na Hungria.
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| Eu sou esse ponto preto de braços abertos na frente dos monumentos... |
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| Os chefes magiares e eu! |
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| Detalhe de uma das estátuas do monumento |
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| A Chinesa aí do lado queria sair na foto comigo. |
Almoçamos no El Bocadillo (valeu pela sugestão,
Raquel!) esse prato maravilhoso (Piaddina), para ser degustado aos "bocadinhos":
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Provando para a família que as minhas respostas às perguntas aflitas são reais:
"Sim, pai, estou comendo muito bem!"
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"Tita, não estou esquecendo de comer, não!" |
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| Com Daniela e Reetta |
Acabamos esticando para uma caminhada até o Gellért-Hegy (Monte Gellért), porque suspeitamos que a vista de Budapeste nesse dia estaria muito melhor do que nos dias nublados em que estive ali. A vista, na verdade, era mais linda do que imaginávamos! Não lembrava em nada o cinza que eu vi quando subi lá, sozinha, nos meus primeiros dias em Budapeste.
A travessia pela ponte Erzsébet...
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| Vista para a Ponte Szabadság |
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| Do outro lado, o Castelo de Buda |
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| Vista para o porto, ali atrás |
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| Szent Gellért szobor - hoje sem nevoeiro! |
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| Uma "pequena" subida e "alguns" degraus... |
No alto do Monte Gellért, há a Citadela, construída para intimidar os cidadãos de Budapeste após a Revolução "falhada" de 1898-1849. Na verdade, o local nunca chegou a ser utilizado para reprimir novas revoltas, pois os húngaros conseguiram resolver os problemas de forma pacífica. As forças austríacas ocuparam a citadela até 1897, embora a Hungria tenha conseguido independência parcial muito antes (1867).
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| Szabadság Szobor ("Estátua da Liberdade") |
Compartilho por vocês algumas imagens da subida até o alto do Monte Gellért:
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| Erzsébed Híd |
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| Nova perspectiva para o Castelo de Buda |
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| Vista para a Erzsbét Híd |
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| Vista para duas pontes: Szadság Híd e Petöfi Híd |
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| Os famosos banhos Gellért |
As próximas imagens foram feitas lá no alto, já ao lado da Citadela, onde está o Monumento da Libertação, erigido pelo Exército Vermelho para celebrar a vitória dos alemães em 1945. Esse foi esculpido por Stróbl, em 1943, em memória do filho do almirante Horthy, dirigente pró-nazista (uma ironia, não?), que desapareceu em um combate aéreo em 1942.
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A Estátua da Liberdade tem em suas mãos uma folha de palmeira, e se situa
entre dois Apolos (O progresso e A luta contra o mal) |
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| Apolo: O Progresso |
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| Reetta em frente a um dos Apolos: A luta contra o mal |
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| Canhões na Citadela |
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| Uma das entradas da Citadela |
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| Pequena exposição permanente |
Mais um fim de tarde cheio de cores:
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| Quase um cenário onírico! |
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| Castelo de Buda e Ponte das Correntes |
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| Castelo de Buda - mais um ponto de vista |
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| Caminhada de volta para Peste |
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| Detalhe da estrutura da Ponte Erzsébet |
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| Igreja Paroquial do centro da cidade emoldurada pela ponte |
Um fato curioso sobre o local acima: após a II Guerra Mundial, essa igreja do século XIV quase foi destruída para dar lugar à Ponte Erzsebét, mas os construtores mudaram de ideia na última hora. É o edifício mais antigo de Peste.
*** Pessoal, a minha intenção quando iniciei este blog era de postar com mais frequência, mas a minha pesquisa está me tomando dias - e, muitas vezes, noites - inteiros! Sorry!
Ai, que cidade linda essa que a gente mora!!! :) Adorei a foto das quesadillas e os créditos, hehe. beijos
ResponderExcluirLindissimas as fotos!!! E ainda tranquilizou a italianada com a foto do bocadillo!! hahaha!!! Muito legal! Essa semana me disseram que esta e uma das cidades mais bonitas da Europa..tem tudo pra ser mesmo! Beijaooo!!!
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